o quarto programa mais visto da Globo. Chegou a superar os 30 pontos de audiência. Um recorde.
A história muito bem escrita por Claudio Paiva, um craque em roteiros e em histórias em quadrinhos, que acertou a mira de primeira. Fátima, de Fernanda Torres, e Sueli, de Andrea Beltrão, são duas mulheres com mais de 40 anos que não são nenhuma perfeição, quase não têm dinheiro, não têm marido e tampouco um emprego fantástico. E ainda moram “mal”, a duas horas do serviço. Mas nada disso tira o humor da dupla e sua vontade de ser feliz.
São muito parecidas com milhões de brasileiras que vivem sozinhas, com ou sem filhos, pagam suas contas, são donas do seu(s) nariz(es) e ninguém tem nada com isso. Mesmo que costumem se meter em algumas “roubadas”. O habitat das mocinhas, como não podia deixar de ser, continua a ser Copacabana, o mais confuso bairro do Rio de Janeiro, com uma mistura do que pode existir de melhor e de pior em uma grande cidade.
Fátima e Sueli convivem com comerciantes, donos de lojas baratas e de boates mais ainda, garçons, marginais, policiais e outros representantes da fauna da metrópole. Os coadjuvantes – que nem merecem ser chamados assim – mantêm o bom nível de interpretação das protagonistas.
Vladimir Brichta, Flávio Migliaccio e Otávio Muller, Fernanda de Freitas, Fábio Assunção e Érico Brás constroem ótimos tipos, muito diferentes uns dos outros e capazes de criar, manter e desfechar conflitos que se estendem por todo o capítulo. Igualmente responsáveis pelo sucesso, os cenógrafos Felipe Serran e Andrea de Souza Dantas e o figurinista Antônio Medeiros sequer pesam na mão: o exagero de um pode ser o naturalismo de outro.
É um pouco esse meio termo e essa dupla leitura do que vemos e ouvimos que torna Tapas & Beijos ainda mais interessante. A classe média sempre foi desprezada por um tipo de intelectualidade que a considerava domesticada, subserviente e sem imaginação, distante da sofisticação da alta cultura, no andar de cima, e da força e da verdade do trabalhador e da marginalidade, no de baixo. A direção de Mauricio Farias oferece aos atores planos gerais nos quais o humor coreográfico e chanchadeiro se desenvolve com liberdade. Esse mundo ainda é um pandeiro.
Fonte: Jornal do Brasil
que legal eu adoro cuando tenho tempo eu asisto online na ARGENTINA.
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